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Coleta de Sangue
A coleta de sangue em pequenos animais, como cães e gatos, é uma prática rotineira em laboratórios de diagnóstico e clínicas veterinárias. No entanto, a quantidade de sangue que pode ser coletada de forma segura depende de vários fatores, incluindo o peso do animal, sua condição clínica, e o propósito da coleta.
Diferentes autores e diretrizes apresentam variações nas recomendações sobre o volume máximo de sangue que pode ser coletado, o que reflete a complexidade e a importância da individualização do manejo de cada paciente.
Volumes de coleta de sangue baseados em peso corporal.
De acordo com a literatura, a quantidade de sangue que pode ser retirada de forma segura geralmente é expressa como uma porcentagem do peso corporal do animal. Tradicionalmente, **1% do peso corporal** tem sido amplamente aceito como o volume máximo seguro de coleta em uma única sessão para a maioria dos animais. Esta recomendação é baseada em práticas clínicas que visam minimizar o risco de hipovolemia e garantir a estabilidade fisiológica dos pacientes, especialmente em animais pequenos ou debilitados (Thrall et al., 2012; Fossum, 2018).
Por exemplo, em um gato com 300 gramas, a aplicação da regra de 1% resultaria em um volume máximo de coleta de aproximadamente 3 mL. Essa abordagem conservadora é preferida em muitos contextos clínicos para evitar qualquer comprometimento da saúde do animal.
Diretrizes que permitem volumes maiores de coleta nos animais.
Entretanto, algumas diretrizes sugerem que, em circunstâncias específicas, como em protocolos de pesquisa ou em condições clínicas controladas, pode ser seguro coletar até **4% do peso corporal** em uma única sessão. Essa prática é mencionada em documentos como o *Guide for the Care and Use of Laboratory Animals* (National Research Council, 2011) e em publicações voltadas para a pesquisa toxicológica e experimental, como o guia elaborado por et al. (2001).
Essas diretrizes argumentam que, sob monitoramento adequado e em animais saudáveis, volumes maiores podem ser coletados sem comprometer a saúde do animal. Aplicando a regra de 4% a um gato de 300 gramas, o volume de sangue máximo que poderia ser coletado é de até 12 mL. No entanto, é importante ressaltar que essa prática é geralmente reservada para situações onde o risco é justificado e a necessidade de maior volume de sangue é imprescindível.
Considerações clínicas e recomendação do laboratório veterinário.
Referências
- Diehl, K.H., et al. (2001). "A good practice guide to the administration of substances and removal of blood, including routes and volumes." *Journal of Applied Toxicology*, 21(1): 15-23.
- Fossum, T.W. (2018). *Small Animal Surgery*. 5th Edition. Elsevier.
- National Research Council (US) Committee for the Update of the Guide for the Care and Use of Laboratory Animals. (2011). *Guide for the Care and Use of Laboratory Animals*. 8th edition. Washington (DC): National Academies Press (US).
- Thrall, M.A., Weiser, G., Allison, R.W., Campbell, T.W. (2012). *Veterinary Hematology and Clinical Chemistry*. 2nd Edition. Wiley-Blackwell.
Dada a variabilidade nas recomendações e a importância da individualização do cuidado, nosso laboratório adota uma abordagem que coloca a decisão de coleta de sangue nas mãos do veterinário responsável. Recomendamos que o volume de sangue a ser coletado seja determinado com base na condição clínica do paciente e no julgamento profissional do veterinário.
Para a maioria dos casos clínicos, seguir a recomendação de 1% do peso corporal como volume máximo seguro é preferível, especialmente em animais pequenos ou com condições de saúde comprometidas. No entanto, em situações onde volumes maiores são necessários e o estado de saúde do animal permite, volumes de até 4% do peso corporal podem ser considerados, desde que sob monitoramento rigoroso.
Essa abordagem garante que as práticas de coleta de sangue sejam seguras e eficazes, respeitando tanto a saúde dos pacientes quanto a necessidade de obter amostras de alta qualidade para os exames laboratoriais.